No Dia Mundial da Malária, celebrado em 25 de abril, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) esclarece que a Malária é uma doença causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos por fêmeas de mosquitos do genero Anopheles. As cinco principais espécies de plasmódios que infectam o homem são Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium malariae, Plasmodium ovale e o Plasmodium knowlesi. No Brasil ocorrem as três primeiras espécies e Plasmodium , com predomínio de casos de P. vivax. Raramente ocorre transmissão da mãe para o bebê durante a gravidez ou durante o parto, por transfusão de sangue ou transplante de órgãos, ou por compartilhamento de agulhas e seringas. 

Após a picada do mosquito os parasitas (esporozoítos) entram na corrente sanguínea até o fígado. Lá, eles amadurecem e liberam outra forma de parasita (os merozoítos) que infectam os glóbulos vermelhos. Após um período de incubação de 7 a 30 dias, milhares de parasitas são liberados na circulação e penetram nas hemácias, onde continuam a se proliferar. Depois de 48 a 72 horas, as hemácias infectadas se rompem, o que provoca muitos dos sintomas da doença. 

Alguns casos por Plasmodium vivax ou Plasmodium vale permanecem assintomáticos durante meses ou anos após a infecção. Quando os parasitas adormecidos no fígado voltam à circulação, os sintomas se iniciam. Qualquer tipo de malária pode ser grave ou fatal, mas, em geral, os casos mais graves são causados pelo Plasmodium falciparum.

A maioria dos casos de malária ocorre na África subsaariana, mas ela é registrada também em regiões tropicais e subtropicais das Américas, da Ásia e da Oceania. No Brasil, a maior parte dos casos é detectado na bacia amazônica. A doença é um grande problema de saúde em grande parte dos trópicos e subtrópicos. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças relataram que em 2021 ocorreram cerca de 247 milhões de casos de malária. E cerca de 619.000 pessoas morreram por causa disso. No ano de 2022 foram notificados no Brasil 131.224 casos de malária.

A malária é uma doença grave e quem está em locais de clima quente deve ter atenção especial.


Sinais e sintomas

Os sintomas da malária incluem febre, cansaço, mal-estar, enjoo, tontura, dor de cabeça, dores no corpo, perda do apetite e pele amarelada. Os primeiros sintomas costumam aparecer de 10 a 15 dias após a picada do mosquito. Se a malária demorar para ser diagnosticada e tratada, a forma grave da doença pode causar cansaço extremo e outras complicações, por causa da anemia, além de comprometimento de órgãos e sistemas e até mesmo alteração de consciência.

A malária se apresenta com uma doença semelhante à gripe, com mal-estar, febre, calafrios, cefaleia, dores musculares, cansaço e mal-estar. Em alguns casos, há sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos, perda de apetite e diarreia. A destruição de hemácias pode resultar em anemia e icterícia.

Os primeiros sintomas costumam aparecer de 10 a 15 dias após a picada do mosquito e ocorrem quando os parasitas invadem o sangue, penetrando nas hemácias. Parasitas podem ficar no fígado por meses após a infecção inicial.

São características crises cíclicas de calafrios e febre alta, que coincidem com a destruição maciça de hemácias a cada dois a quatro dias. A pessoa sente-se bem entre as crises. O fígado e o baço podem estar aumentados. Se a malária demorar para ser diagnosticada e tratada, a forma grave da doença pode causar cansaço extremo e outras complicações, por causa da anemia, além de comprometimento de órgãos e sistemas e até mesmo alteração de consciência.

Em casos graves, especialmente os causados pelo Plasmodium falciparum, é possível que sejam afetados o cérebro, os rins e os pulmões, provocando convulsões, confusão metal, coma, sofrimento respiratório agudo e insuficiência renal, com risco de vida.


Riscos

Pessoas que viajam para áreas onde a malária é endêmica devem procurar orientação médica antes de partir. O risco de exposição deve ser avaliado e precisam ser tomadas providências, antes, durante e após a viagem, incluindo quimioprofilaxia com medicamentos, se for necessário. O site Malaria Risk Information and Prophylaxis, by Country  (em inglês) contém informações detalhadas sobre risco e profilaxia da malária por país.

Em algumas áreas do mundo, os mosquitos transmissores da malária desenvolveram resistência aos inseticidas. Além disso, os parasitas desenvolveram resistência a alguns antibióticos. Estas condições tornaram difícil controlar a taxa de infecção e da propagação desta doença.


Prevenção

Moradores e viajantes em áreas de risco devem se proteger contra a malária. O aspecto mais importante da prevenção é evitar picadas de mosquitos, especialmente no final da tarde. É recomendável usar roupas que cubram a pele, com calças e mangas compridas, telas e ar refrigerado nas casas, e repelentes de insetos nas roupas.

Medicamentos antimaláricos são usados também como profilaxia. Como têm efeitos colaterais, devem ser considerados diversos fatores, como a resistência de plasmódios na área a ser visitada, a época da viagem, o tipo e o tempo de estadia e a história médica da pessoa. A resistência do Plasmodium falciparum à cloroquina está se estendendo para várias regiões. Por isso, podem ser prescritos outros antimaláricos, como a mefloquina, a combinação atovaquona e proguanila, e a doxiciclina.


Tratamento

O diagnóstico e o tratamento precoces da malária são importantes, porque a infecção envolve risco de vida.

O tratamento é orientado pela espécie de plasmódio envolvida, a área da infecção (e os padrões locais de resistência) e a gravidade do quadro clínico.

Mulheres grávidas ou amamentando e crianças exigem atenção especial, porque são mais susceptíveis a complicações da doença e do tratamento.

Pacientes com malária não complicada podem ser tratados com medicamentos orais. As formas mais graves exigem internação e medicamentos intravenosos.

A cloroquina é o medicamento mais usado. Quando há resistência a ela, especialmente para o Plasmodium falciparum, a Organização Mundial de Saúde recomenda o uso de tratamento combinado incluindo artemisina.

Infecções por Plasmodium vivax ou por Plasmodium ovale podem mostrar recidivas após períodos em que o parasita fica adormecido no fígado. Precisa de tratamento adicional.


Exames laboratoriais

Pesquisa de parasitas no sangue: O diagnóstico de malária é feito com o achado de parasitas no sangue do paciente, examinando por microscopia as amostras de sangue em lâminas de vidro, em gotas espessas ou esfregaços. O exame deve ser feito por pessoa treinada, que permite identificação do plasmódio e da espécie envolvida.

O número de parasitas no sangue varia de acordo com o ciclo do plasmódio. Se a pesquisa for negativa, o exame deve ser repetido a cada 8 a 12 horas durante dois a quatro dias, para aumentar a possibilidade da detecção do Plasmodium. O número máximo de parasitas ocorre no início das crises de febre.

Pesquisa de antígenos (teste rápido): Existem alguns testes rápidos em que uma gota de sangue é colocada sobre uma tira reagente. Uma mudança de cor na tira indica a presença de antígenos de plasmódios. Alguns desses testes detectam as quatro espécies comuns (P. falciparum, P. vivax, P. ovale e P. malariae), mas não distinguem entre elas. Outros identificam cada espécie. Em todos os casos, um resultado positivo deve ser seguido por um exame microscópico do sangue, para confirmação e avaliação da quantidade de parasitas.

Reação em cadeia de polimerase (PCR): Este método detecta o DNA das espécies de plasmódios. A técnica molecular exige equipamentos especiais e tem custo elevado, o que limita seu uso, na rotina laboratorial e nas regiões onde a malária é endêmica. É mais sensível que a microscopia e a pesquisa de antígenos, e pode ser usado para confirmar resultados duvidosos com poucos parasitas ou infecções mistas.

Pesquisa de anticorpos: Testes sorológicos medem anticorpos no sangue produzidos em resposta à infecção. Como a resposta imunológica demora algumas semanas, esses exames não são usados para diagnóstico de malária e, sim, para avaliações epidemiológicas de infecções anteriores.

Testes de sensibilidade: Alguns plasmódios são resistentes aos medicamentos usados para o tratamento da malária. Laboratórios especializados avaliam a sensibilidade de cepas específicas de plasmódios, cultivando o parasita em presença de quantidades crescentes do medicamento ou pesquisando genes que indicam resistência.